Conheço Brasilia desde 2003, ano em que fui para um aniversário de um amigo. De lá para cá voltei, pelo menos, umas dez vezes.
Brasília é a capital federal do Brasil e a sede do governo do Distrito Federal e está localizada na região Centro-Oeste do país, ao longo da região geográfica conhecida como Planalto Central. A capital brasileira é a maior cidade do mundo construída no século XX.
A política de planejamento da cidade, como a localização de prédios residenciais em grandes áreas urbanas, a construção da cidade através de enormes avenidas e a sua divisão em setores, tem provocado debates sobre o estilo de vida nas grandes cidades no século XX. O projeto da cidade a divide em blocos numerados, além de setores para atividades pré-determinadas, como o Setor Hoteleiro, Bancário ou de Embaixadas.
Andar por Brasilia como turista não deixou de ser uma das experiências mais interessantes da minha vida.
Todas as vezes que estive por lá foi trabalhando. Mas num desses feriados prolongados fui ao casamento de um amigo e aproveitei pra fazer papel de turista, guiado pelo próprio amigo que lá residia há alguns anos
O Bureau Internacional de Capitais Culturais nomeou Brasília como a Capital Americana da Cultura para o ano de 2008, sucedendo Cusco, e promoveu uma votação popular que elegeu as sete maravilhas do Patrimônio Cultural Material de Brasília: a Catedral, o Congresso Nacional, o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto, o Templo da Boa Vontade, o Santuário Dom Bosco e a Ponte JK.
Então, no sábado de manhã começamos a jornada turística por Brasilia. Obviamente fomos aos principais pontos turísticos e acrescentamos outros.
A Catedral Metropolitana
Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, foi o primeiro monumento a ser criado em Brasília.Em 31 de maio de 1970, foi inaugurada de fato, já nesta data com os vidros externos transparentes. Na praça de acesso ao templo, encontram-se quatro esculturas embronze com três metros de altura, representando os evangelistas; as esculturas foram realizadas com o auxílio do escultor Dante Croce, em 1968. No interior da nave, estão as esculturas de três anjos, suspensos por cabos de aço. As dimensões e peso das esculturas são de 2,22 m de comprimento e cem kg a menor; 3,40 m de comprimento e duzentos kg a média e 4,25 m de comprimento e trezentos kg a maior. As esculturas são de Alfredo Ceschiatti.
O batistério em forma ovoide teve em suas paredes o painel em lajotas cerâmicas pintadas em 1977 por Athos Bulcão. O campanário composto por quatro grandes sinos, doado pela Espanha, completa o conjunto arquitetônico. A cobertura da nave tem umvitral composto por dezesseis peças em fibra de vidro em tons de azul, verde, branco e marrom inseridas entre os pilares de concreto. O altar foi doado pelo papa Paulo VI e a imagem da padroeira Nossa Senhora Aparecida é uma réplica da original que se encontra em Aparecida – São Paulo.
A via sacra é uma obra de Di Cavalcanti. Na entrada da catedral, encontra-se um pilar com passagens da vida de Maria, mãe de Jesus, pintados por Athos Bulcão.
Catedral Metropolitana Brasilia |
A Praça dos Três Poderes.
O centro conceitual do plano piloto, é um amplo espaço aberto entre os três edifícios monumentais que representam os três poderes da República: o Palácio do Planalto (Executivo), o Supremo Tribunal Federal (Judiciário) e o Congresso Nacional (Legislativo), e as construções foram projetadas por Oscar Niemeyer.
Praça dos Três Poderes |
A Praça e os edifícios que a cercam são obra de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, responsáveis pela arquitetura ousada da cidade de Brasília. Povoam a Praça algumas esculturas: Os Guerreiros, de Bruno Giorgi, também conhecida como Os Dois Candangos e considerada um símbolo de Brasília; A Justiça, escultura de Alfredo Ceschiatti, em frente ao STF; a cabeça de Juscelino Kubitscheck, escultura presente na fachada do Museu Histórico de Brasília; o Pombal, um pombal com formas modernistas projetado por Niemeyer a pedido da esposa do então Presidente Jânio Quadros; a Pira da Pátria, uma construção que abriga no topo uma tocha permanentemente acesa; o Marco Brasília, escultura de Oscar Niemeyer instalada em comemoração ao ato da UNESCO que declarou Brasília Patrimônio Cultural da Humanidade; e o Mastro da Bandeira, que tem a maior bandeira permanentemente hasteada do mundo.
Esplanada dos Ministérios - Eixo Monumental
Esplanada dos Ministérios |
Para chegarmos até a Praça dos Poderes, temos que passar pelo Eixo Monumental, que é uma avenida localizada no centro do Plano Piloto de Brasília, conhecido popularmente como o "corpo do avião", no desenho do Plano Piloto de Brasília. Estende-se por dezesseis quilômetros, fazendo a ligação entre a Rodoferroviária de Brasília (a oeste) e a Praça dos Três Poderes (a leste).
A porção oeste é dedicada aos órgãos do Governo do Distrito Federal, como o Palácio do Buriti (sede executiva do governo do Distrito Federal), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios e a sede da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Também a oeste, se encontram o Memorial JK e a Catedral Militar Rainha da Paz.
Na sua área central, encontram-se a Rodoviária do Plano Piloto, localizada na interseção dos eixos Monumental e Rodoviário, e a Torre de Tevê. A leste, na área dedicada aos órgãos do Governo Federal, estão a Praça dos Três Poderes e a Esplanada dos Ministérios. No gramado localizado na porção leste da avenida, costumam ser realizados diferentes eventos, como showse concentrações públicas.
Os edifícios da Esplanada dos Ministérios foram projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer, e a via em si foi projetada pelo urbanista Lúcio Costa. O paisagismo do Eixo Monumental foi feito por Burle Marx.
Lago Paranoá e a Ponte JK
Dentre tantos atrativos que Brasília possui o Lago Paranoá é um dos mais importantes para seus habitantes e também turistas que visitam a cidade, o lago é que ajuda a refrescar os dias quentes do ano e também oferece diversas opções de lazer. Frequentado por diversas pessoas de todo o país o lago já possui a 3ª maior frota de embarcações do país e cresce cada dia mais.
Lago Paranoá |
Vale lembrar que o lago não é natural e sim um lago artificial criado junto com Brasília na época do governo de Juscelino Kubitschek. Antigamente o que havia ali era o Rio Paranoá no qual foi represado em 1959 dando origem assim ao Lago Paranoá que na época e até hoje tem o objetivo de aumentar a umidade da região que é bem seca. O lago hoje possui uma extensão de 40 Km² e uma profundidade de 48 metros.
Ao fundo do lago vemos a Ponte JK que serve como ligação entre o Lago Sul, Paranoá e São Sebastião e a parte central do Plano Piloto, através do Eixo Monumental, atravessando o Lago Paranoá. Inaugurada em 15 de dezembro de 2002, a estrutura da ponte tem um comprimento de travessia total de 1 200 metros, largura de 24 metros com duas pistas, cada uma com três faixas de rolamento, duas passarelas nas laterais para uso de ciclistas e pedestres e comprimento total dos vãos de 720 metros.
Pontão do Lago Sul
No final da tarde fui conhecer o Pontão do Lago Sul, que é um dos lugares para quem busca diversão e tranquilidade em Brasília. Considerado o maior centro de entretenimento e lazer da capital o Pontão do Lago Sul conta com ótima estrutura, bares, restaurantes além de uma bela visão para o Lago Paranoá.
Fica localizado no Lago Sul, uma das regiões mais bonitas de Brasília, o Pontão recebe todos os meses, em média, cerca de 200 mil pessoas que frequentam seus restaurantes, bares, quiosques, parquinho para crianças, caixas eletrônicos, feiras, exposições, show, eventos esportivos, entre outros.
Seu frequentador pode optar, ainda, por chegar ao Pontão de lancha, onde terá quatro opções de píer para facilitar o seu acesso. Das margens pode se observar um verdadeiro espetáculo de manobras radicais de esportes náuticos no Lago Paranoá, praticados por amadores e profissionais de wakeboard e windsurfe, além de canoagem, pesca e remada.
Um centro completo de lazer cercado por muito verde e segurança que contribuíram para torná-lo um dos pontos turísticos mais visitados de Brasília e integrá-lo ao cotidiano dos moradores da cidade.
Parque da Cidade (Sarah Kubitschek)
Parque da Cidade |
No domingo fomos caminhar no Parque da Cidade Sarah Kubitschek, que foi fundado em 1978 e é o maior parque urbano de Brasília e do mundo, com 420 hectares, sendo maior que até o próprio Central Park em New York que possui somente 320 hectares.
Em seus 420 hectares, o Parque da Cidade abriga diversos tipos de entretenimento para o seu público, como quadras de Vôlei, Futebol, Basquete, pista de cooper para corrida e caminhadas, parque de diversões, quiosques, grandes estacionamentos, lago além de um pavilhão coberto para feiras e exposições, considerado o 3° maior do Brasil. O local é bastante amplo e arejado devido a grande diversidade de árvores e ao lago que está presente com diversas espécies de animais.
Uma bela caminhada pelo parque para queimar os exageros da noite anterior.
Esses foram alguns dos muitos pontos turísticos de Brasília. Vale a pena conhecer os museus e outros tantos lugares que embelezam ainda mais a cidade. Vale lembrar que na alta temporada Brasilia, ao contrário de muitas outras capitais, tem preços mais acessíveis e fica praticamente vazia.
Brasília lança “bairro verde”
A capital do país está prestes a ganhar um bairro totalmente sustentável, pelo menos é o que afirmam os responsáveis pelo Noroeste, o “bairro verde” de Brasília. Os primeiros lotes do empreendimento já começaram a ser vendidos e prometem construções ecológicas, sistema de transporte alternativo, eficiência energética entre outras medidas que prezam pela sustentabilidade. Apesar da boa proposta, o projeto já rendeu muitas críticas de profissionais da área e ambientalistas.
Ao todo serão 20 quadras, distribuídas em 11 lotes. Ao final da ocupação do bairro, previsto para daqui a 15 anos, os moradores conviverão com 220 prédios residenciais e 140 comerciais. Essas construções utilizarão sistemas inteligentes de energia elétrica, como aquecimento solar, redes de captação de água pluvial e esgoto e reutilização dessa água para abastecimento das lagoas e irrigação das áreas verdes dos prédios.
Os condomínios também terão central de gás para abastecimento das residências, segregação do lixo seco e orgânico e um sistema de coleta automatizado, que exclui a circulação de caminhões de lixo dentro da área, diminuindo a poluição sonora e o tráfego local.
O projeto pretende ainda incentivar a diminuição do fluxo de carros por meio da construção de ciclovia e uso do transporte público nas ruas da região.
O bairro terá coletor solar, sistema de recolhimento de lixo por sucção, gás natural e suporte para captação da água de chuva.
Outro problema que os responsáveis pelo bairro terão que lidar é com a ocupação de dez famílias indígena na região. Os moradores lutam pela destinação de dois hectares da terra há cerca de 30 anos. O projeto garante destinar uma área aos índios, mas os limites desse terreno ainda é motivo de discussão. A superintendente do Ibama, Maria Silva Rossi, afirmou que o órgão ainda aguarda um pronunciamento da Funai para incluir as necessidades indígenas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
O lado B
Apesar do que foi prometido, muitos especialistas criticaram a criação do bairro. Em entrevista concedida ao jornal O Globo, o professor de pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), Luiz Alberto Gouvêa, afirmou que mesmo que não seja agressivo ao meio ambiente, o projeto pode causar impactos sobre a cidade.
“Brasília é uma cidade tombada como Patrimônio da Humanidade. Você tem uma cidade singular que requer muito cuidado na hora de fazer qualquer expansão. É preciso estudar essa área. Não apenas do ponto de vista ecológico”, diz.
O professor do curso de graduação de arquitetura da Universidade de Brasília (UNB), Frederico Flósculo, concorda. Em entrevista também ao O Globo, ele criticou o fato de o projeto não ter feito uma pré-análise de impacto ambiental nem de manejo ecológico. “Esse setor será construído em cima de um dos maiores aquíferos, que é uma grande reserva de água potável, e inclui uma trama rica de lençóis freáticos. Deve haver cuidado maior com essas áreas”, diz.
Além disso, os 40 mil moradores previstos para a ocupação do bairro deverão ter mais do que boas intenções para morar no Noroeste. O metro quadrado da região irá custar entre R$ 8 e R$10 mil, assim, quem quiser comprar um apartamento de 100 metros quadrados terá que desembolsar até R$ 1 milhão.
Sustentável????...para poucos