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terça-feira, 31 de outubro de 2017

MOCHILINHA V - PRAGA

SEXTO DIA - PRAGA, QUINTA 12/10/2017

Anoitecer em Praga - República Tcheca


Saímos de Munique em torno de meio dia, fomos de ônibus até Praga, na República Tcheca. Outra paisagem, não menos bela do que a dos caminhos dos trens da Austria e da Alemanha. Foram mais ou menos umas 5 horas de ônibus até chegar na República Tcheca e mais uns 30 minutos até Praga. Tem vantagens e desvantagens a ida de ônibus. A maior delas é percorrer uma auto-estrada europeia e ver a diferença das nossas. Mas isso pode ser feito de carro também. Como não havíamos planejado alugar carros, não nos programamos com a documentação. Outra vantagem é o preço da passagem que é bem mais barato em relação ao trem.
Munique/Praga


Chegamos ao cair da tarde. Tivemos dificuldades para encontrar um taxi na rodoviária. Mas conseguimos. A vista até chegarmos ao hotel foi de tirar o fôlego. Uma mistura de prédios góticos e neoclássicos. Arquitetos irão adorar. Ruas bastante movimentadas.

Fizemos logo o cambio, pois a moeda Tcheca não é o Euro mas sim a Coroa Tcheca (CZK), apesar de aceitarem em muitos lugares, a moeda deles vale muito menos que o euro e o dolar, até mesmo menos que o real. 



Cambio em Praga


Ficamos hospedados no Hotel Tyl, classificado como quatro estrelas e faz jus à isso. Está localizado no centro de Praga, mais ou menos a 7 minutos a pé da Praça Venceslau e do Museu Nacional, ao lado da estação do metro Pavlova. Um prédio histórico maravilhoso. Seus quartos foram totalmente reformados e redecorados em 2015, mas guardam o ar de sobriedade de um prédio do século XIX, com móveis pesados e suntuosos, no estilo Biedermeier . O custo benefício melhor de nossa viagem. A diária em torno de 88 euros, ou R$ 350,00. Nada mal para um quatro estrelas.

Hotel Tyl - Praga


Como chegamos no final da tarde, fomos direto para o hotel, descansamos um pouco, e saímos para pesquisar onde comer e tomar uma legítima cerveja tcheca, uma das melhores do mundo.

Caminhando pela Rumunska, encontramos o Jiný Stav, um típico pub tcheco. O lugar é incrível, fica no subterrâneo, parece uma caverna, decoração medieval em tijolo aparente, meia luz, tocando rock e o pessoal do atendimento é muito simpático. Uma grata surpresa, na verdade.

Eu pedi um Guláš – É o velho e bom gulache (ou goulash, se você preferir), prato tipico daquela região. Carne vermelha ou de porco, com um molho grosso e bem temperado. Na versão legitimamente tcheca vem acompanhado de knedlík, um tipo de pão. O pessoal pediu um Fillet Steak, que é isso mesmo, um steak de filé, e é claro uma cerveja Pilsner Urque (5 canecas de meio litro). Para fechar - um expresso, num total de 1.054,00 Kc, ou 43,90 euros (equivalente a R$ 170,00 dividido para 3 pessoas). Até que não foi caro dado ao tamanho dos pratos e das canecas de cerveja. Mas é claro que vem convertido na conta, porque depois de tomar 1 litro de cerveja ninguém converte mais nada.

Pub tcheco Jiný Stav - Praga

 Voltamos para o hotel, pois começou uma fina garoa. Mas o dia amanheceu lindo!!

Sétimo dia - Praga, sexta 13/10/2017.

Acordamos e fomos tomar o café da manhã do hotel, para mim um dos melhores. Havia uma quantidade e variedade de pãezinhos considerável, e frios, bolos e um delicioso crumble de frutas vermelhas para comer com um tipo de coalhada e uma fruta em calda...simplesmente divino.
A  ideia era de conhecer a cidade velha, o centro de Praga. Fomos caminhando até o metro (Pavlova) e pegamos a linha 22 até Malostranské namestí e chegamos até a  Praça da Cidade Velha (Staroměstské náměstí), onde estão algumas das atrações mais disputadas de Praga.
Cidade Velha - Praga

Na Praça há o Relógio Astronômico e muitos turistas, na frente da Igreja Nossa Senhora Diante de Týn, a maior e mais linda da área. 
Praça da Cidade Velha  Praça

Caminhamos em direção à Ponte Carlos (Karlův most), que atravessa o Rio Moldava. Sua construção começou em 1357 a pedido do rei Carlos IV, e foi finalizada no início do século XV. No caminho nos deparamos com o Museu da Tortura. Trata-se de um inusitado museu que foge aos convencionais de obras de arte, objetos reais ou artefatos de guerra. Fomos conhecer para sair do padrão de museus de arte.  O Museu da Tortura apresenta uma coleção de instrumentos de tortura utilizados ao longo da história, bem como exibe relatos e informações sobre os métodos de tortura e punição usados em diferentes épocas e culturas.
A existência deste museu está relacionada com a história do país, que já foi governado por diferentes impérios e regimes ao longo dos séculos. Durante esses períodos a tortura e a punição eram comuns para reprimir e controlar as populações.
Além disso, a República Tcheca tem uma rica história na Idade Média, quando a tortura era frequentemente usada como um forma de obter confissões e informações em processos criminais. O museu visa educar as pessoas sobre essa história e suas implicações na sociedade atual.

Embora pareça mórbido, muitos visitantes do museu consideram que o local ajuda a conscientização sobre a importância dos direitos humanos e a necessidade de se combater essa prática de opressão e punição. Até porque a tortura faz parte da história da Europa. Hereges, bruxas, inimigos do estado, ladrões, homossexuais, adúlteras etc. eram sadicamente torturados, empalados, queimados, estripados, apedrejados e muitos outros “ados” que você pode imaginar. 
É incrível a gama de recursos e peripécias que podem ser usadas para violar o corpo humano e causar dor e sofrimento. É impactante e duvido que alguém passe incólume por ele. Não foi uma experiência agradável, mas foi muito transformadora, pois é uma forma de lembrar e refletir sobre os horrores do passado e garantir que não se repitam no futuro.

Museu da Tortura - Praga


De volta ao caminho da ponte. Sua longitude é de 516 metros, e sua largura é quase 10 metros, se encontra apoiada em 16 arcos. É um dos locais mais famosos de Praga e um dos pontos turísticos mais conhecidos. Está protegida por 3 torres distribuídas entre seus dois lados. A torre localizada no lado da Cidade Velha é considerada por muitos como uma das construções mais impressionantes da arquitetura gótica no mundo. A ponte está decorada por 30 estátuas situadas em ambos os lados.


Monumento em Homenagem a Jan Hus, Torre da Ponte São Carlos - Praga

Atravessamos a ponte, passamos pela estátua de São João Nepomuceno (a oitava à direita) onde é comum fazer um pedido e garantir que um dia voltaremos a Praga.

Ponte São Carlos
Nossa Senhora, São Dominico e são Tomaz de Aquino (1708), Jesus Crucificado (1657)


Na ponte vimos inúmeros artistas, músicos, poetas e turistas, de todas as nacionalidades, idades, em grupos, casais, solitários...

A vista de lá é alguma coisa indescritível.


Ponte São Carlos - Praga

Saindo da Ponte subimos a colina Hradcany, onde fica o Castelo de Praga (Pražský hrad), outra das principais atrações de Praga. O Início da construção data de 900 D.C. Em 1135 DC , o Principe Sobeslav terminou a importante reconstrução convertendo-o numa fortaleza românica cujas muralhas e torres de vigilância protegiam a Catedral de São Vito, a Basílica, o Convento de São Jorge, a Residência do bispo e o Palácio Real.
Castelo de Praga 

Após a queda do império austro-húngaro em 1918, o castelo converteu-se na sede natural do novo Presidente da República Tchecoeslovaca. Hoje em dia, segue sendo a residência oficial do presidente da República.

Ao lado do Castelo está a Catedral de São Vito. Simplesmente maravilhosa.
Catedral de São Vito - Praga



A construção da catedral no seu atual estilo gótico foi iniciada em 1344 e finalizou-se, depois de uma interrupção das obras no século XV, só em 1929. Destaca-se - entre outros - a grande Capela de São Venceslau do século XIV, compreendendo mais de 1.000 pedras semi-preciosas, maravilhosos vitrais de temas bíblicos. Um dos vitrais foi pintado pelo  artista Alfons Mucha, um dos maiores nomes da Art Nouveau, que estava no auge de sua carreira na época em que a catedral estava sendo concluída.


Jelení prikop/Zahrada Na valech/Malá Strana - Praga


Praga tem mais de 700 parques espalhados por seus bairros. Alguns bem grandes como os parques de Letná e Petrin dominam a paisagem da cidade. Mas há pequenas pérolas escondidas pelas ruelas e ao redor de monumentos e estátuas, que formam ilhas de paz e tranquilidade por entre os bairros.

Um deles é o conjunto de 5 jardins (Ledebour, Pequeno Pálffy, Grande Pálffy, Kolowrat e Fürstenberg) domina uma área enorme na encosta embaixo do castelo, virada para o lado do bairro Malá Strana (na verdade, embaixo também dos Jardins do Sul do Castelo).

Ele começou a ser construído no fim dos anos 1600 e é cheio de terraços deslumbrantes, esculturas maravilhosas e palácios de antigos nobres.

Não conseguimos ver todos pois o acesso é meio complicado, mas pudemos chegar até o Furstenberg (Fuestenburská zahrada) que é maravilhoso...ali mesmo ao lado tem uma estação de metro.
Fuestenburská zahrada Praga

Saímos de lá e fomos ao shopping Palladium. É o maior shopping de Praga. Muito grande e com muita variedade de marcas e lojas. Os preços ficam meio confusos, pois eles usam a moeda local e o euro com conversão própria. Então eu não sei dizer bem se o preço é bom ou não. Mas vale a pena passear por lá.
Shopping Palladium Praga



No shopping tem um cassino muito legal que funciona 24h. O Nilson foi brincar um pouquinho e teve a sorte de ganhar uma graninha....pagou nossa viagem à Praga. 



Mas o que me chamou a atenção foram os quiosques de carne e queijo no meio do shopping. A variedade é incrível. Quanto ao resto nenhuma novidade, tudo que outros shoppings pelo mundo tem.

Quiosques de carne e queijos no centro do shopping Palladium - Praga

Quando saímos do shopping, pretendíamos ir para o hotel descansar para sairmos e jantar, porém, por algum daqueles mistérios que ninguém sabe explicar, quando chegamos na frente do hotel resolvemos explorar os arredores a procura de alguma coisa que nem lembro o que era. Foi então que veio a mais inusitada surpresa de toda essa viagem, estava acontecendo perto dali uma apresentação de uma das atrações do Festival Signal. Vou explicar: no outono, pelas ruas da capital tcheca, onde a arte moderna dialoga com as novas tecnologias, artistas tchecos e internacionais transformam os edifícios da cidade em palcos luminosos Desde a sua criação em 2012, o festival vem se consagrando como um dos eventos mais frequentados da cidade. Signal já atraiu mais de um milhão de curiosos. Este ano ele aconteceu do dia 12 ao dia 15 de outubro. Nos deparamos com uma linda apresentação Evoluce, de Onionlab, Igreja de Santa Ludimila.



Festiva Signal Praga
facebook@SignalFestival



Ficamos um tempo admirando o jogo de imagens e luzes, resolvemos então comer por ali por perto e aproveitar para ver vuco vuco do pessoal em volta da praça da igreja.
Encontramos uma cantina italiana (lembra? eu disse noutro post que quando ficar na dúvida sobre o que comer, a velha comida italiana não tem erro). Pedi um talharine com salmão defumado e uma taça de vinho branco. Os preços são equivalentes aos do Brasil. Uma prato sai na média de 200czk ou seja , R$ 30,00 e a taça de vinho 70czk ou igual a R$ 10,00.

Pizzeria Concordia - Praga
http://www.pizzeria-concordia.cz/


No dia seguinte pegamos o trem de volta para Viena onde passamos os últimos dias da mochilinha. Pegamos o comboio das 10h da manhã. Pagamos o equivalente a 41 euros por pessoa...mas a viagem foi excelente!!


Hotel Tyl - Praga
Trem Praga/Viena



13 Curiosidades Sobre A República Tcheca



Até 1992, a República Tcheca e a Eslováquia eram apenas um só país, a Tchecoslováquia. Devido a tensões nacionalistas no governo, o país foi dissolvido e em 1993 os dois estados tornaram-se independentes. Confira abaixo 13 curiosidades interessantes sobre a República Tcheca

1 – A República Tcheca é quase inteiramente cercada por montanhas (exceto para o sul, em direção a Áustria e Eslováquia). As montanhas marcam uma fronteira natural com a Alemanha e a Polônia.

2 – 90% dos tchecos completaram pelo menos o ensino secundário – a maior pontuação na UE (junto com poloneses, eslovacos e eslovenos).

3 – De acordo com o recenseamento de 2001, 59% dos tchecos são agnósticos, ateus ou não crentes, 26,8% católicos romanos e 2,5% protestantes. Apenas 19% disseram que acreditavam em Deus, o que significa que cerca de 11% dos cristãos autodeclarados eram apenas de nome cristão (ou por tradição).

4 – A cerveja da República Tcheca é conhecida por ser uma das melhores do mundo. A cerveja é considerada uma parte importante da cultura tcheca e é mais barata que água em muitos bares e restaurantes.

5- O pais é conhecido pelas suas numerosas cidades de SPA, especialmente ao longo da fronteira com a Alemanha. Os mais famosos são os de Karlovy Vary, Franzensbad e Teplitz.
 
6 -  Praga, a capital da República Tcheca, é a única grande cidade da Europa que não foi bombardeada na Segunda Guerra Mundial. Rumores dizem que Hitler queria transformar a cidade na capital cultural da Europa.

7 – Uma das mais famosas esportistas tchecas é a campeã de tênis Martina Navratilova (nascida em 1956), estatisticamente a segunda melhor jogadora do século 20 atrás de Steffi Graf.

8 – O Castelo de Praga é o  maior do mundo antigo, com uma área de quase 70.000 metros quadrados.

9 – Os tchecos inventaram a arte de defenestração, ou seja, de jogar alguém da janela. O termo começou a existir em 1618, quando dois imperadores foram jogados de uma janela do Castelo de Praga e começaram a Guerra dos 30 Anos.

10 – A famosa cerveja DUFF, do seriado dos Simpsons, é fabricada na República Tcheca. Ela pode ser comprada no país por menos de 1 euro.

11 – O país possui uma das 10 conexões de internet mais rápidas do mundo.


sábado, 28 de outubro de 2017

MOCHILINHA IV- Herrsching am Ammersee

QUINTO DIA - HERRSCHING   QUARTA 11/10/2017

Herrsching é um município da Alemanha, no distrito de Starnber, na região de Oberbayern, na Baviera. Lá existe o Ammersee (lago Ammer) é um grande lago a sudoeste de Munique. A sua altitude é de 520 metros. Com uma área de 47 km², é o sexto maior lago da Alemanha. Ele passa pelo rio Ammer um afluente do rio Isar, e muda de nome para rio Amper quando sai do lago.
Para chegarmos lá pegamos a linha S7 de metro até Ostbahnhof e de lá a linha S8 do trem que seu ponto final é Herrsching.
A paisagem do caminho como em qualquer lugar da Alemanha é deslumbrante. Passamos por vários vilarejos nos arredores de Munique. Muita casinha daquelas que parecem coisa de filme. Todas com formosas floreiras nas janelas, alguma ostentam lindos e cuidados jardins. As casinhas parecem convidar os viajantes a entrar e comer um strudel. 

Munique - Herrsching 
Herrsching Ammersee

Chegando e Ammersee, senti que é uma mistura de Guarujá com Campos do Jordão...o IDH dali deve encostar no 10 com certeza. O lugar muito aprazível. A vista do lago surge imponente no horizonte. Em sua orla muitas pessoas passeando e aproveitando o dia de sol. Há muitos restaurantes e cafés, lojas casas lindas, sem qualquer grade ou cerca, crianças e pais andando tranquilos ao redor do lago. Alguns jovens praticando esportes, veleiros no lago...olha, se existe paraíso na terra é ali que ele está. Existem passeios de barcos, e até se pode ver os Alpes no horizonte. O chão do lago é de cascalho e a água é limpa e cristalina, dá vontade de entrar. Coloquei as mãos e percebi que só o povo nativo teria coragem de encarar a água gelada.

Herrsching Ammersee

Nesse lugar ocorrem inúmeros eventos, festivais, concertos e exposições no verão. É como se fosse a praia dos alemães. 

Ammersee - Herrsching


Lá existe um pequeno castelo às margens do lago, o Scheuermann-Schlösschen, que pertenceu ao pintor Ludwig Scheuermann e viveu lá de 1859 a 1911. Ele veio de uma família de comerciantes de Augsburg. É uma pequena joia ás margens do lago. Hoje pertence ao município de Hersching e lá são realizados casamentos, exposições, e eventos ligado ao município. Foi restaurado em 2013 principalmente suas salas de exposições, a sala da lareira e a dos casamentos.



Schlösschen Scheuermann.

Daí pegamos um taxi e fomos até Kloster Andechs. Localizado à cerca de 50 km de Munique, o Mosteiro Beneditino Andechs é super famoso pela sua produção de cerveja e por ser o mosteiro mais antigo na Alemanha, datado de 1455 ele ainda continua a produzir em larga escala cerveja própria.

O mosteiro fica na Montanha Sagrada da Bavaria, em uma pequena cidade chamada Andechs (o mesmo nome da cerveja) no alto de uma colina, proporcionando uma vista linda da região. Lá está um restaurante, o Bräustüberl, que serve comidas típicas e fartas da Bavaria. Dizem ser o lugar que serve o melhor joelho de porco da região, e a melhor cerveja produzida no local, é um grande fervor para os locais e turistas.  Cheguei a ver muitos alemães com aquela roupa típica como se fosse um evento cotidiano. No local há também um Café com doces e bolos fresquinhos, Biergarten e muitos lugares para sentar, dentro e fora do restaurante do mosteiro.
Sentamos do lado de fora. Eu peguei um salsichão, chucrutes (Sauerkraut), salada de batata e o pão deles que parece um pretzel salgado (Bretzel), mas a sensação do local eu não peguei (muito grande para mim) é o joelho de porco (Schweinshaxe), mas peguei uma fatia de carne de porco que obviamente só consegui comer a metade. Ah..e é claro que pedi uma caneca da Andechs..não me lembro o sabor, mas adorei...muito diferentes das cervejas servidas aqui no Brasil, um pouco mais amarga talvez.


Kloster Andechs - Herrsching
http://andechs.de/


Saímos do restaurante e fomos conhecer o mosteiro. Subimos um estradinha íngreme que nos levou até a Igreja de São Nicolau e Santa Elizabeth, em estilo barroco, lindamente ornada com afrescos em ouro no seu interior. O compositor alemão Carl Orff, do século XX, está enterrado ali. 

Igreja de São Nicolau - Andechs



Esse lugar não está nos roteiros regulares de turismo, mas vale muito a pena tirar um dia e conhecer tanto o lago quanto o mosteiro.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

MOCHILINHA III - MUNIQUE

QUARTO DIA - MUNIQUE TERÇA 10/10/2017

A viagem de trem de Salzburgo á Munique foi maravilhosa. Saímos de Salzburgo perto de meio dia e ao preço de 11 euros por pessoa. Viagem deliciosa, paisagens belíssimas. O interior, tanto da Áustria quanto da Alemanha, é de uma beleza ímpar. A parte baixa dos Alpes é um dos elementos da paisagem.

Chamou-me a atenção o cuidado dos pastos e plantações. Parecia que todo o caminho (cerca de 150 km) fora gramado e as propriedades cuidadosamente jardinadas.
Salzburgo - Munique

Ah Munique. Que surpresa maravilhosa. A principal cidade da Baviera, realmente é uma cidade linda, arborizada, com grandes avenidas, monumentos espetaculares, prédios suntuosos, praças lindas, lojas elegantérrimas. AMEI..

Munique tem aproximadamente 1,5 milhão de habitantes, é a terceira mais populosa da Alemanha, atrás de Berlim e Hamburgo. Em 2012 foi considerada a 4ª cidade mais habitável do mundo.

Munique - Alemanha

Chegamos por volta das 14h30 e fomos direto ao hotel que fica próximo à estação ferroviária. Ficamos no Brunnenhof City Center, na Schillerstrasse 36, Ludwigsvorstadt. Um hotel três estrelas que, na minha opinião, fica abaixo dos três estrelas europeus. Não que seja ruim, mas depois do flat de Viena fica difícil apaixonar por algum outro quarto de hotel. A região é central. Um lugar cheio de imigrantes árabes e turcos, cheio de restaurantes e hotéis e algumas casas de stripteaser. 

Deixamos as coisas no hotel  e fomos explorar Munique. 

Pegamos o metro e fomos para a famosa Marienplatz, que é um dos lugares mais movimentados da cidade. 

Aqui vale uma explicação sobre o sistema de metros de Munique. O bom é que o ticket vale em todos os tipos de metro. O U-Bahn é o metrô comum. Enquanto que o S-Bahn é como um trem interurbano que vai para cidades próximas menores. O Tram é uma espécie de bondinho sobre trilhos. E por fim os ônibus, que diferente dos nossos aqui no Brasil, sempre informam qual a próxima parada. Quanto ao passe, prefira comprar o Day Ticket, que existe em duas modalidades: 1 ou 3 dias. O passe “single” é único e só vale uma viagem. 

Pegamos a linha U3 que nos levou até Mariensplatz. Chegamos em cima da Glockenspiel na Marienplatz (praça) que é um ícone. Conjugada à Prefeitura (rathaus), os sinos tocam durante 5 minutos, apresentando contos alemães tradicionais com figuras de metal em tamanho real. Há cavaleiros montados e cortesãos rodopiando uma vez por dia – junto com praticamente todos os turistas da cidade.
Mariensplatz - Munique

No horário em que chegamos a Marienplatz não deu para ver o espetáculo do Glockenspiel. E continuamos andando pela Graggenauer Viertel, fomos parar na Odeonsplatz. Localizada a cerca de 10 minutos à pé da Marienplatz, a grande praça onde se situam o Feldherrnhall, a Theatinerkirche, uma das entradas do Palácio Residenz e a entrada dos jardins do palácio (Hofgarten). Certamente merece ser visitada. 

Essa praça teve um importante papel na época do nazismo, sendo palco de discursos históricos de Adolph Hitler. Nossa visita ficou um pouco prejudicada porque enquanto estávamos na praça, começou a chover, o que deixou o enorme vão bem vazio (a praça parece ser normalmente bastante movimentada).
Odeonsplatz - Munique
Deixamos a Odeonsplatz para trás e fomos procurar algum lugar para comer. Andamos pela Brienner Str. e Platz der Opfer des Nationalsozialismus até chegarmos na Maximiliansplatz. É lá que fica a Trinity Church, uma igreja em estilo barroco bavariano que, segundo os historiadores, foi a única área do centro de Munique que não sofreu danos durante a Segunda Guerra Mundial.

Foi lá que encontramos o ASADO STEAKHOUSE, um restaurante com cortes de carnes argentinos. A principio achamos que poderia estar fechado pelo horário (17h30). Entramos e estava aberto. Foi o lugar mais caro que comemos nessa viagem. O lugar é sem dúvida muito agradável, muito bem decorado, musica excelente, e por ser um horário não muito convencional estava semi vazio. Pedi uma carne obviamente, um Rumpsteak mediando de 180 gr. (é o que eu consigo comer) veio servido com uma salada tipo ceaser,batata assada e um creme, e um tipo de pão assado com alho de guarnição. O outro prato foi um File Steak de 250 gr. com a mesma guarnição,mais um chopp, um suco de laranja e uma coca cola, três cafés, tudo no valor de 72,70 euros (quase 300 reais)
Asado Steakhause
Filet Steak mediano 180g
Do restaurante partimos pelos arredores de Maximiliaenplatz, chegamos até Wittelsbach Fountain e continuamos pela Elisenstrabe, Sonnenstrabe até chegar ao hotel. No caminho fomos apreciando as lindas lojas da avenida e paramos no Supermercado Müller e compramos algumas coisinhas para levarmos ao hotel. Gastei em torno de 11 euros. As coisas fabricadas por lá são muito mais baratas do que as fabricadas no Brasil por exemplo:  chocolate Milka, que originalmente é suíço mas que hoje é fabricado na Alemanha, custou 0,95 centavos de euros, algo em torno de R$ 3,80...muito barato. Aqui a mesma barra custaria R$ 12,00. A mesma barra de chocolate Garoto custa R$ 6,00. Outro exemplo são as nozes que 200 gr. custam centavos de euros. Nossa castanha de cajú, as mesmas 200 gr custam aqui no Brasil R$ 17,00. As do Pará custam, também aqui no Brasil R$ 25,00. E assim por diante.

Fomos descansar no hotel e saímos a noite para comer e beber em alguma cervejaria local. Munique é famosa pelas cervejarias. Perto do hotel conhecemos o Schiller Braeu, um pub com cerveja alemã artesanal, excelente atendimento e preço compatível. Local frequentado por gente de todas as nações, mas especialmente alemães. A caneca de cerveja de meio litro custa 3,80 euros, uma porção de batatas fritas custa em torno de 10 euros. Muito gostosa servida com pedaços de bacon e um molho delicioso. Pelo que pude perceber não é um local muito conhecido por brasileiros, mas vale a pena conhecer.
Schiller Breau - Munique
https://www.schiller-braeu.de/


QUINTO DIA - MUNIQUE E HERRSCHING QUARTA 11/10/2017


Acordamos com o propósito de fazer uma programação bem extensa: visitar o Deutsches Museum, o mais famoso de Munique e depois irmos a Herrsching am Ammersee, um local mágico ao sul da Baviera que merece um post especial. Tomamos café no hotel (razoável, cheio de comidas típicas) e partimos para o museu que fica próximo ao hotel.
Brunnenhof Hotel - Munique



No caminho paramos para ver a linda paisagem do Rio Isar que banha Munique...simplesmente um cartão postal.
Rio Isar - Munique



Aqui vou relatar nossa visita ao Deutsches Museu que é o museu dedicado às ciências e, segundo alguns especialistas, maior museu de tecnologia do mundo. E não duvido. Foi fundado em 1903, ficou muito danificado na segunda guerra, mas foi totalmente restaurado reabrindo eu 1948. O Deutsches possui cerca de 20.000 objetos catalogados em 50 categorias. Há algumas exposições que vão a um nível de detalhamento impressionante. Vale muito à pena conhecer especialmente para quem gosta de mecânica e física e quem estiver com crianças. Ficamos lá por cerca de três horas e vimos apenas uma parte do museu. Adorei a parte náutica e aeronáutica. Imagino que os aficionados devem amar essa área. O Ingresso ao Deutsches Museu custa 11 euros por pessoa e você pode visitar tudo.


Deutsches Museum - Munique

No topo do prédio há um mirante onde se tem uma vista belíssima de Munique. É muito interessanteir até lá e capturar belas imagens.
Topo do Deutsches Museum - Munique

Na saída fomos até a estação pegar um trem até Herrching, uma maravilhosa surpresa nessa viagem.Confesso que não fazia ideia da beleza do lugar. Fiz um post especialmente para detalhar o passeio.

Voltamos no final da tarde. Nem fomos para o hotel, mas direto ao Schiller Braeu tomar um chopinho gelado (mais ou menos, pois percebi que lá não servem nada tão gelado como aqui).

No dia seguinte, pegamos um onibus cedinho para Praga. Outra surpresa maravilhosa!!!


ENERGIA QUE VEM DO SOL

Uma coisa que me chamou muita a atenção durante viagem até Praga foi a quantidade de placas solares instaladas nas propriedades rurais pelo caminho...milhares...um tipo de "plantação" absolutamente inusitado. Depois fui pesquisar e vi que a Alemanha é o país que mais gera energia solar per capita e o segundo maior produtor de solar do mundo em números absolutos, atrás apenas da China. Em dias úteis, a solar chega a atender a um terço da demanda de energia do país. Os resultados impressionam, ainda mais se considerarmos que a Alemanha é um país de baixa incidência solar. Regiões brasileiras que menos recebem sol, por exemplo, têm mais luz solar do que a média alemã. 






Como a Alemanha chegou a esse patamar?

Para começar, o país precisou adotar uma tarifa subsidiada para energia limpa – uma estratégia para fazer com que as renováveis pudessem competir com tecnologias já estabelecidas. Essa tarifa é paga não pelo contribuinte, mas pelo consumidor, com uma sobretaxa determinada na conta de luz. Outra medida adotada foi a desregulamentação do setor, permindo que qualquer empresa que queira comercializar energia possa ter acesso à rede para vender eletricidade. Isso abriu as portas do mercado para pequenas e médias empresas, além de cooperativas de famílias e agricultores. Por fim, a Energiewende determinou que a preferência para entrar na rede é das energias renováveis. Isso significa que o governo só começa a consumir energia gerada nas usinas fósseis após ter consumido, primeiro, a produzida pelo sol e vento.

Essas regras tiveram o efeito colateral de aumentar a conta de luz em cerca de € 2 por quilowatt/hora. Mas esse aumento não parece ter provocado grandes impactos no orçamento familiar da população – a Alemanha tem a menor taxa de inadimplência no pagamento de eletricidade da União Europeia. Além disso, essa sobretaxa tem data de validade. A legislação determina que ela seja progressivamente reduzida de acordo com o preço das energias renováveis – e os preços estão em queda. Nos últimos dez anos, o preço da energia solar caiu 74%.



terça-feira, 24 de outubro de 2017

MOCHILINHA II - SALZBURGO

TERCEIRO DIA SALZBURGO - SEGUNDA 09/10/2017

Saindo de Viena chegamos em Salzburgo as 14h10, que fica a uns 300 km de Viena. Da estação de trem pegamos um taxi e fomos para o Hotel Haunspergerhof. Muito abaixo das expectativas, porém, como era apenas uma noite nos confortamos. O hotel fica numa rua próxima a estação de trem, porém longe do centro da cidade. Então tivemos que pegar um taxi para conhecermos o centro.

Hotel Haunspergerhof  - Salzburgo

Salzburgo é uma cidade pequena apesar de ser a quarta da Austria. Localizada as margens do Rio Salzack, tem em torno de 150 mil habitantes. Seu centro histórico foi tombado pela UNESCO, Salzburgo guarda muitas memórias históricas e muitos episódios importantes como um bombardeio na segunda guerra, que apesar de ter destruído grande parte da cidade, manteve muitos prédios barrocos em pé.

O taxista nos deixou no Dom Quarttier Salzburgo que é um complexo de galerias, museus e igrejas que abrangem 15.000 m2 entre a Praça da Catedral e o Museu da Catedral. Entrei rapidamente na catedral para apreciar seu interior.
Dom Quartier - Salzburgo

Catedral de Salzburgo

Quando chegamos estava chovendo e fomos caminhando quando nos deparamos com uma pequena aglomeração de pessoas que estavam esperando o funicular para conhecer a Fortaleza de Hohensalzburg. Resolvemos ir também. O Ingresso foi de 8,40 euros por pessoa. Subimos até a fortaleza e apreciamos a paisagem...maravilhosa, pena o tempo estar tão feio e não podermos contemplar com o sol batendo nas cúpulas douradas das igrejas. Mesmo assim a vista era deslumbrante.
Funicular para a fortaleza



A fortaleza foi iniciada em em 1077 pelo arcebispo Gebhardt von Helffenstein. Mais tarde, em 1495 foi a vez do príncipe Leonhard von Keutschach reformar e ampliar a construçãoEm 1857, com a inauguração das linhas ferroviárias para Viena o Munique, o turismo começou a crescer e o imperador Francisco José anulou o status de fortificação militar do castelo e abriu suas portas à visitação. Dentro da fortaleza há vários museus: o Museu do Forte, em torno de 6 euros por pessoa o Museu de Marionetes e o Museu do Regimento Rainer.






Museu do Forte


Saímos do funicular e caminhamos pela Kapitel-Platz que fica ao lado da catedral e que possui um monumento de uma esfera dourado e um homem em pé em cima. Pesquisei seu significado e descobri que é um homem olhando para sua amada que supostamente está na montanha. Não vi a estátua da mulher, mas o monumento impressiona. Assinado Stephan Balkenhos.

Kapitel Platz - Salzburgo


Monumento de Stephan Balkenhos - Salzburgo



De volta às ruazinhas de Salzburgo, caminhamos pela famosa Getreidegasse, onde Mozart nasceu e é infestada de lojinhas de souvenirs (todos com a carinha do Mozart) restaurantes, hotéis e gente...muita gente andando por lá em plena segundona chuvosa. Comprei uma caixa de bombons Mozart...nunca comi nada parecido....pena que descobri no caminho para Munique e não dava para comprar mais. Mas fica a dica para quem for para Viena e Salzburgo, bombons com a carinha do Mozart...pode trazer uma caixa para mim...

Rua Getreidegasse - Salzburgo
Bombons Mozart


A noite caindo e nossa fome aumentando, foi quando encontramos um pequeno restaurante italiano (sempre que você ficar em dúvida sobre o que comer, opte pela velha e conhecida massa) o Spaghetti &Co. Restaurante típico como as cantinas italianas do Bexiga. Comida boa mas nada especial e o preço compatível. Pedi um espaguete ao fungui que veio bem servido, mas nada parecido com o que comemos no Brasil, ao preço de 10 euros, e como de se esperar, uma taça de vinho tinto a 3,00 euros.




Spaghetti ¨Co.
http://www.spaghettiundco.com/


Resolvemos andar mais pelas ruas e visitamos várias lojas de souvenirs onde compramos algumas lembranças como chocolates, imas de geladeiras e chaveiros para lembranças. Antes de voltarmos ao hotel, vimos um café bastante descolado Afro Café, decoração legal, ambiente jovem, e o café delicioso. Servem pequenas refeições, chás, bebidas e sobremesas. Vale muito a pena. Tomamos capuccino e chá preto (servido de uma maneira muito original) ao valor de 3 a 4 euros por pessoa.

Afro Café - Salburgo
https://www.afrocafe.at/en/

QUARTO DIA - TERÇA 10/10/2017 Á CAMINHO DE MUNIQUE

De volta ao hotel, nos preparamos para pegar mais um trem que nos levaria até Munique, no valor de 11 euros por pessoa. Adeus Salzburgo.

Estação de trem de Salzburgo

O Turismo e o Desenvolvimento Local de Salzburgo

Segundo Christian Piller, Diretor do Escritório de Congressos de Salzburg e Professor de Marketing e Turismo das Universidades de Linz e Viena, existem algumas atrações únicas em Salzburgo que atraem visitantes o ano inteiro.
Historicamente, o turismo em Salzburg começou a ter um papel importante no começo do século passado em ocasião da inauguração do Festival de Salzburg de 1920. A combinação cultura, centro histórico barroco e cidade natal de Mozart, atraiu já nessa altura muitos visitantes. Depois da segunda guerra mundial, o turismo teve uma evolução enorme. 
Existe uma gestão turística eficiente, não só em Salzburgo, mas na Áustria toda. Do ponto de vista da gestão, há fatores que colaboram para a intensificação turística do país, como o departamento nacional do turismo e, desde os anos cinquenta, existe uma rede de escritórios no estrangeiro, como por exemplo na Espanha desde 1960. Ao mesmo tempo instituíram-se nos nove estados (Landers) da Áustria escritórios regionais e locais de turismo. No começo dos anos cinquenta, em Salzburg estabeleceu-se o escritório de turismo. Porém foi nos  anos sessenta que foram criadas um certo número de escolas especializadas em turismo e gastronomia, e na Universidade de Economia em Viena abriu-se o primeiro instituto focalizado no turismo. Não existe parceria público privada. No entanto estas instituições encontram-se a cem por cento nas mãos do setor público: o Palácio dos Congressos, o Parque das Exposições, a denominada Salzburg-Arena, o Palácio dos Festivais, os museus, com alguma exceção, e os escritórios de turismo.